Um totem é um elemento que conecta os seres humanos com as divindades. A sua verticalidade tem o poder mágico de realizar essa comunicação entre seres que muitas vezes se sentem isolados e abandonados perante a grandiosidade do universo. Na concepção de Mazé Andrade, as imagens criadas de cada lado da peça apontam para a fauna e a flora, mas pode-se pensar em um totem como uma expressão plástica que aponta para outras ambiguidades existentes, como o masculino e o feminino; ou o bem e o mal; e assim sucessivamente. De certa forma, existe na obra um amplo pensar sobre a existência, as suas limitações e potencialidades, pois não se está só perante o mundo. Talvez a obra encaminhe o nosso raciocínio para o próprio entendimento da vida como um universo em que existem múltiplas facetas a revelar e a esconder, de acordo com o momento, fragilidades e forças.
Oscar D’Ambrosio